- HOA
- Posts
- HOA Cultural Society - What you need to know for now / O que é preciso saber por enquanto
HOA Cultural Society - What you need to know for now / O que é preciso saber por enquanto
HOA news at The Artnewspaper + Le Quotidien de L’Art
Destaque no The Art Newspaper e no Le Quotidien de l’Art, a HOA é celebrada por sua abordagem inovadora para promover equidade nas artes e amplificar a arte brasileira emergente em escala global./ Highlighted in The Art Newspaper and Le Quotidien de l’Art, HOA is celebrated for its innovative approach to fostering equity in the arts and amplifying emerging Brazilian art on a global scale.
Com apenas 34 anos, Igi Lọ́lá Ayedun já pode se orgulhar de uma carreira notável. Após trabalhar por dez anos na indústria da moda em Paris, ela retornou ao seu país natal, o Brasil, em 2017, para iniciar um novo capítulo como artista multimídia. Poucos anos depois, fundou sua própria galeria, a HOA, em São Paulo – a primeira da cidade a ser de propriedade de uma pessoa negra –, onde se comprometeu a remunerar generosamente os artistas pelas vendas. Hoje, uma iniciativa ainda mais ambiciosa está emergindo sob sua liderança: a organização sem fins lucrativos HOA Cultural Society, cujas atividades abrangem diversas áreas. Uma dessas áreas está intimamente ligada à França: o programa de residência internacional HOA-HORIZONTE, parte do Ano Cruzado França-Brasil 2025 e apoiado pelo France Création Team Fund 2024, em parceria com o Institut Français, a Embaixada da França no Brasil e o Ministério da Cultura da França. Além da conexão pessoal da artista com a França, ela destaca as inúmeras semelhanças entre os dois países: “Acredito que o Brasil é um exemplo líder de multiculturalismo em escala global, apesar dos desafios sociais que enfrentamos. Isso ressoa profundamente com a experiência da França, particularmente em Marselha, que considero o maior centro cultural não-branco do país. Para mim, promover trocas sobre imigração e narrativas afrodescendentes entre grandes diásporas como o Brasil e menores, como em Marselha, nos permite não apenas refletir sobre histórias e territórios compartilhados, mas também imaginar futuros possíveis para novas sociedades”, confidencia. | At only 34 years old, Igi Lọ́lá Ayedun can already boast a remarkable career. After working for ten years in the fashion industry in Paris, she returned to her native country, Brazil, in 2017 to begin a new chapter as a multimedia artist. A few years later, she opened her own gallery, HOA, in São Paulo—the first in the city to be owned by a person of color—where she is committed to generously compensating artists for their sales. Today, an even more ambitious initiative is emerging under her leadership: the nonprofit HOA Cultural Society, whose activities are spread across multiple areas.One of these areas is closely linked to France: the HOA-HORIZONTE international residency program, part of the France-Brazil Cross Year 2025 and supported by the France Création Team Fund 2024 in partnership with the French Institute, the French Embassy in Brazil, and the Ministry of Culture. Beyond the artist’s personal connection to France, she highlights the many similarities between the two countries: “I believe Brazil is a leading example of multiculturalism on a global scale, despite the societal challenges we face. This deeply resonates with France’s experience, particularly in Marseille, which I consider the largest non-white cultural hub in France. For me, fostering exchanges around immigration and Afro-descendant narratives between major diasporas like Brazil and smaller ones like Marseille allows us not only to reflect on shared histories and territories but also to envision possible futures for new societies,” she confides. |
THE ARTNEWSPAPER - 27.01.25
Em 2020, a artista brasileira Igi Lola Ayedun fundou a HOA em São Paulo, um programa de residências artísticas que rapidamente se tornou a primeira galeria de propriedade negra na cidade. Dedicada a artistas não-brancos e a formas de conhecimento do Sul Global, a HOA rapidamente conquistou uma plataforma internacional e ajudou a lançar as carreiras de uma nova geração de artistas, mais representativa da diversidade racial do Brasil. Cinco anos depois, a HOA está se afastando de suas raízes comerciais e se relançando como a organização sem fins lucrativos HOA Cultural Society, uma instituição que abrangerá um programa internacional de residências artísticas, concessão de prêmios, uma escola de arte online gratuita e um espaço para exposições, performances e outras atividades culturais. “Na verdade, a HOA nunca foi uma galeria tradicional; sempre funcionou mais como uma instituição sem fins lucrativos”, diz Ayedun. Ela concebe o reposicionamento da HOA como uma forma de abordar melhor as questões de desigualdade estrutural que motivaram sua criação. Questões estruturais de raça, bem como de gênero, também impactaram a capacidade de Ayedun de atuar como galerista, explica ela. “O Brasil ainda é um país colonial. Eu tive que trabalhar muito mais para convencer colecionadores de que a arte que eu apresentava não era de segunda categoria, que o fato de usar um conjunto diferente de referências culturais não significa que tenha menos valor do que obras enraizadas no cânone ocidental.” | In 2020, the Brazilian artist Igi Lola Ayedun began Hoa in São Paulo, a residency programme that soon became the city’s first Black-owned gallery. Dedicated to non-white artists and Global South knowledge forms, Hoa quickly garnered an international platform and helped to launch the careers of a new artist cohort better representative of Brazil’s racial diversity. Five years on, Hoa is moving away from its commercial roots and has relaunched as the non-profit Hoa Cultural Society, an institution that will encompass an international artist residency, prize-granting body, free online art school and a venue for exhibitions, performances and other cultural activities. “In truth, Hoa was never a traditional gallery; it always operated more like a non-profit institution,” Ayedun says. She conceives of Hoa’s rebrand as a way for it to better address the issues of structural inequity that it was formed in response to. Structural issues of race as well as gender also impacted Ayedun’s ability to act as a dealer, she says. “Brazil is still a colonial country. I had to work much harder to convince collectors that the art I was showing was not second rate, that just because it uses a different set of cultural references doesn't mean it has less value than work rooted in the Western canon.” |