HOA informa/informs: Acabou! It’s over!

Acabou a sua ansiedade pela A LOJA DE ATROCIDADES, retire o seu ingresso vip.

Your anxiety about THE ATROCITIES SHOP is over, pick up your vip ticket.

“O CHEIRO DO PERFUME ME TORNOU UMA PESSOA HOSTIL"0

Entre todos os lugares que já existem no mundo, há sempre um pluriverso a se descobrir. Algo que fica nas entranhas de todas as conformidades, revelando o renascimento do fim de todas as ordens possíveis. Inclusive, é na desordem que se conectam as mais íngremes manifestações dos nossos desejos mais íntimos.

Sendo assim, O MEU DESEJO, O SEU DESEJO - título de uma canção apresentada em performance y, também, da escultura de resina realizada a partir da interação pública - sobre tantas repetições que delatam o enlouquecimento das coisas, a partir das experiências sócio-cognitivas de uma geração de levezas interrompidas pelo capitalismo agressivo y os instrumentos de produtibilização do indivíduo social.

A LOJA DE ATROCIDADES desafia a noção de humanidade a partir de relações abruptamente transacionais que decompõem a realidade dos fatos, das urgências y das necessidades comuns, por dignidade, “roubando o comércio que o Estado oferece”1. Ponto cerne da construção artística desse trabalho coletivo, o grito aparece em suas mais variadas formas, sendo algumas ultra sonoras y,  simultaneamente, outras exacerbadamente visuais. Contudo, em A LOJA DE ATROCIDADES o ato de gritar sublima as noções de protagonismo para se emoldurar enquanto manifesto-trilha-sonora de um barulho-consequente gerador de um habitat natural.

Muito me interessa relacionar A LOJA DE ATROCIDADES com a origem do universo, onde muito provavelmente, a criação da natureza proliferou uma sinfonia dos mais ultrajes-belos-engrenhados-amórficos-roucos-agudos ruídos y odores antes de parir a fortuna do mundo, entre montanhas, vulcões, oceanos, céu y paisagens oníricas de liberdade. Muito me interessa relacionar A LOJA DE ATROCIDADES, a performance, com o barulho que sucede o gatilho y A LOJA DE ATROCIDADES, a exposição, com o “silêncio que precede o esporro”2.

Em um mundo onde tudo y todos nos parecem vendáveis, qual é o espaço que temos para encontrar caminhos de sanidade? Entre “O cheiro do perfume me tornou uma pessoa hostil”0 y o “O meu perfume é o que vai te usar”3 existe uma estrada longa entre o amor, o desespero y a guerra em transe. Onde a lucidez é o entorpecente da vez y a sensibilidade se torna gema rara entre tantos corações corrosivos. A instalação guarda, dessa forma, um púlpito imaginário ao odor da vida por meio de uma obra-olfativa de base marinha, com toques de sangue, ferro y um final amadeirado - no qual apenas o ato de existir deturpado por tantas contradições, já nos prescreve em estado fossil.

O MEU DESEJO, O SEU DESEJO, O MEU DESEJO, O SEU DESEJO, O MEU DESEJO, O SEU DESEJO, feito mantra, feito calor, feito corpo, feito pele, feito dança, feito sexo, feito choro, feito ódio, feito amor, feito céu, feito inferno em irrigação.

A LOJA DE ATROCIDADES é um retrato de uma geração no ímpeto-âmago da violência de mundo, onde a sua mais sagaz promiscuidade certamente será corrompida.

"The smell of perfume made me a hostile person"

Among all the places that already exist in the world, there is always a pluriverse to be discovered. Something that remains in the depths of all conformities, revealing the rebirth of the end of all possible orders. Indeed, it is in disorder that the steepest manifestations of our most intimate desires are connected.

Therefore, MY DESIRE, YOUR DESIRE - the title of a song presented in performance and also of the resin sculpture created from public interaction - over so many repetitions that reveal the madness of things, based on the socio-cognitive experiences of a generation of lightness interrupted by aggressive capitalism and the instruments of social individual productization.

THE ATROCITY SHOP challenges the notion of humanity from abruptly transactional relationships that decompose the reality of facts, urgencies, and common needs, for dignity, "stealing the trade that the State offers." The centerpiece of the artistic construction of this collective work, the scream appears in its most varied forms, some ultrasonic and simultaneously others exuberantly visual. However, in THE ATROCITY SHOP, the act of screaming sublimates notions of protagonism to be framed as a manifesto-soundtrack of a consequent noise generator of a natural habitat.

I am very interested in relating THE ATROCITY SHOP to the origin of the universe, where most likely, the creation of nature proliferated a symphony of the most outrageous-beautiful-engraved-amorphous-hoarse-high-pitched noises and odors before giving birth to the fortune of the world, among mountains, volcanoes, oceans, sky, and dreamlike landscapes of freedom. I am very interested in relating THE ATROCITY SHOP, the performance, to the noise that follows the trigger and THE ATROCITY SHOP, the exhibition, to the "silence that precedes the outburst."

In a world where everything and everyone seems marketable to us, what space do we have to find paths of sanity? Between "The smell of perfume made me a hostile person" and "My perfume is what will use you" there is a long road between love, despair, and trance warfare. Where lucidity is the drug of the time and sensitivity becomes a rare gem among so many corrosive hearts. The installation thus holds an imaginary pulpit to the smell of life through a marine-based olfactory work, with touches of blood, iron, and a woody finish - in which only the act of existing, distorted by so many contradictions, already prescribes us in a fossil state.

MY DESIRE, YOUR DESIRE, MY DESIRE, YOUR DESIRE, MY DESIRE, YOUR DESIRE, made mantra, made heat, made body, made skin, made dance, made sex, made cry, made hatred, made love, made sky, made hell in irrigation.

THE ATROCITY SHOP is a portrait of a generation in the throes-essence of world violence, where your most sagacious promiscuity will certainly be corrupted.