HOA SP-ARTE ANO 04

HOA Galeria retorna às atividades em seu quarto ano de participação na SP-ARTE 2024 com uma apresentação diversa entre a pintura, a escultura y a fotografia.

A narrativa condutora da curadoria do estande, realizada por Micaela Cyrino - Diretora Artística da HOA - circunda o relacionamento com ancestralidade y espiritualidade. No trabalho de Mika Takahashi, artista Nipo-brasileira, a filosofia xintoísta se sintetiza como coração da sua série de pinturas à óleo que gesticulam sonhos fantásticos, enquanto a dupla nortista Rafaela Kennedy & Labô Young olha para os fenômenos aquáticos da Amazônia a fim de desenvolver a série REBOJO de fotografias pelo território em retomada à ancestralidade indígena. Já Samuel de Sabóia caminha pela espiritualidade como mecanismo de sublimação de sua identidade pernambucana por meio de pinturas feitas em transe sincretista entre religiosidade y mitologia. Subjetividade também é o ponto de partida do trabalho de Almeida da SIlva, artista carioca, que por meio de suas esculturas-portais destila ideias de física quântica enquanto um lugar de pertencimento entre o presente y o futuro. Para finalizar, HOA traz à SP-Arte, mais uma vez, o trabalho da artista natural de NIterói, Mariana Rocha, com foco em sua produção de desenhos y aquarelas que relacionam as profundezas marítimas com a experiência racial da miscigenação.

A apresentação se qualifica como a primeira ação dentro do novo formato colaborativo da HOA, que agora funciona somente como uma plataforma de potencialização do trabalho de jovens artistas e residência artística.

HOA Gallery returns to activities in its fourth year of participation in SP-ARTE 2024 with a diverse presentation encompassing painting, sculpture, and photography.

The guiding narrative of the booth's curation, led by Micaela Cyrino - Artistic Director of HOA - revolves around the relationship with ancestry and spirituality. In the work of Mika Takahashi, a Japanese-Brazilian artist, Shinto philosophy is synthesized as the heart of her series of oil paintings that gesture towards fantastic dreams, while the Northern duo Rafaela Kennedy & Labô Young explore the aquatic phenomena of the Amazon to develop the REBOJO series of photographs through the territory reclaiming indigenous ancestry. Meanwhile, Samuel de Sabóia walks through spirituality as a mechanism of sublimation of his Pernambuco identity through paintings made in syncretic trance between religiosity and mythology. Subjectivity is also the starting point of the work of Almeida da Silva, a Rio de Janeiro artist, who through his sculpture-portals distills ideas of quantum physics as a place of belonging between the present and the future. To conclude, HOA brings to SP-Arte, once again, the work of the Niterói native artist Mariana Rocha, focusing on her production of drawings and watercolors that relate the depths of the sea to the racial experience of miscegenation.

The presentation marks the first action within HOA's new collaborative format, which now operates solely as a platform to empower the work of young artists and artistic residencies.

Mika Takahashi, 1988, São Paulo, Brasil.

Mika Takahashi é uma artista visual brasileira de descendência japonesa. Sua arte adentra os domínios dos sonhos e da memória, criando imagens intricadas que mesclam o surreal com o familiar. Através de traços gestuais e formas fragmentadas, Takahashi cria narrativas evocativas que convidam os espectadores a contemplar a interseção entre realidade e imaginação a partir da perspectiva da perspectiva xintoísta.

Entre suas exposições mais destacadas estão as coletivas "Entre Tempos e Carcaças", realizada no espaço C.A.M.A pela Galeria Cavalo e Piscina, com curadoria de Paula Plee (2022); "Diluir e Aglutinar", na Lona Galeria, com curadoria de Higo José e texto crítico de Sylvia Werneck (2023); os duos "Ponta dos Dedos" na Galeria Bianca Boeckel, em colaboração com Patrícia Baik e texto crítico de Carollina Lauriano (2023); e "Terra Incógnita" na Gruta, em colaboração com Maria Antônia e texto crítico de Vinícius Gerheim.

Mika Takahashi, 1988, São Paulo, Brazil.

Mika Takahashi is a Brazilian visual artist of Japanese descent. Her art explores the realms of dreams and memory, crafting intricate images that merge the surreal with the familiar. Through gestural strokes and fragmented forms, Takahashi weaves evocative narratives, inviting viewers to ponder the intersection of reality and imagination from a Shinto perspective.

Among her most notable exhibitions are the group shows "Between Times and Carcasses," held at C.A.M.A space by Galeria Cavalo e Piscina, curated by Paula Plee (2022); "Dilute and Agglutinate," at Lona Galeria, curated by Higo José with critical text by Sylvia Werneck (2023); the duos "Fingertips" at Galeria Bianca Boeckel, in collaboration with Patrícia Baik and critical text by Carollina Lauriano (2023); and "Terra Incognita" at Gruta, in collaboration with Maria Antônia and critical text by Vinícius Gerheim.

Almeida da Silva, 1997, Rio de Janeiro, Brasil

Almeida da Silva é artista multimídia formade em Artes Visuais, na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2020, Almeida da Silva participou do curso de Deformação do Parque Lage em 2021. É integrante do grupo Pretofagia desde 2019, e atualmente integra o programa VENTRE da HOA Galeria, em São Paulo. Entre o uso da plástica e da presença, Almeida da Silva desenvolve estratégias de inversão na história através das relações de fartura e do bem viver em diálogo com as sensibilidades enquanto estrutura fenomenológica negada a corpos dissidentes, através de tecnologias de contato com o que não se enxerga com os olhos. Atualmente, desenvolve o projeto Portais, Vórtices ou Janelas, visando estabelecer tecnologias de comunicação com a Invisibilidade, propondo então a execução de um portal funcional para a materialização desses seres não inscritos no plano material. Na produção, os sulcos dessa temporalidade sequencial oferecem oportunidades para criar um espaço de contato com as sensibilidades que se dispõem na historicidade e nas vozes inseridas nos territórios da periferia. São constituídos apenas de cola branca e purpurina, amplificando e manipulando as micropartículas em escalas visíveis ao olho humano. 

Almeida da Silva, 1997, Rio de Janeiro, Brazil

Almeida da Silva is a multimedia artist graduated in Visual Arts from the Federal University of Rio de Janeiro in 2020, Almeida da Silva participated in the Deformação course at Parque Lage in 2021. They have been a member of the Pretofagia group since 2019, and are currently part of the VENTRE program at HOA Gallery in São Paulo. Using both plastic and presence, Almeida da Silva develops strategies of inversion in history through the relations of abundance and the well-being in dialogue with sensibilities as a phenomenological structure denied to dissident bodies. Through technologies of contact with what cannot be seen with the eyes, most recently they have been developing the project Portais, Vórtices ou Janelas [Portals, Vortexes or Windows], aiming to establish communication technologies with Invisibility, proposing the execution of a functional portal for the materialization of beings not inscribed in the material plane. In the production, the grooves of this sequential temporality offer opportunities to create a space for contact with sensibilities that are arranged in the historicity and in the voices inserted in peripheral territories. Their work is made only of white glue and glitter, amplifying and manipulating micro-particles on scales visible to the human eye.

Samuel de Sabóia, 1997, Pernambuco, Brasil.

Samuel de Sabóia é um artista multimídia que trabalha com arte contemporânea, música e direção de imagem. Apesar de sua pouca idade, ele se tornou conhecido por suas pinturas em grande escala, mistas e multimídias, abordando dicotomias existenciais como vida e morte, dor e prazer, virtude e vício. As vibrantes e energéticas pinturas do artista também relatam fragmentos de sua própria narrativa pessoal, enquanto ele explora temas como sexualidade, migração e deslocamento. As camadas interconectadas encontradas em todo o trabalho de Sabóia mimetizam as complexas interseções que permeiam e moldam nossa sociedade hoje.

Seu trabalho foi exibido em locais como Paura, Era Gallery, Milão, Itália, por meio de Constellation of Certainties, Residência NumeroVenti, Florença, Itália (2023), The Ancestral Hope of Becoming a Constellation instead of a Supernova, 180 Studios, Londres, Reino Unido (2022), Under my Skin, exposição colaborativa na Galeria Campeche, Cidade do México, México (2022), Incubation: A Spell To Wake You Up, 3537, Paris, França (2021), A Bird Called Innocence, Kunsthalle Zurich, Zurique, Suíça (2020), L'Odysee d'un Enfant Noir, Art Basel Miami Beach, Miami Beach, EUA (2019), UnAmerican Beauty, Ghost Gallery, Los Angeles, EUA (2019), Deus em Mim, FAMA - Fundação Marcos Amaro, São Paulo, Brasil (2019) e Guardiões, Galeria EmmaThomas, São Paulo, Brasil (2019). Samuel colaborou com marcas como Comme des Garçons, Perfect Magazine, Calvin Klein, British Vogue, entre outras. Seu trabalho faz parte de algumas coleções públicas e privadas, como Fundação Padre Anchieta (Entidade Privada), São Paulo, Brasil, FAMA - Fundação Marcos Amaro, São Paulo, Brasil, 3537 / Dover Street Market, Paris, França, Pierce & Hill Harper Art Foundation, Michigan, EUA, Coleção Kent Kelly, Atlanta, EUA, Projeto Público Prim, CDMX, México e Coleção Setúbal.

Samuel de Sabóia, 1997, Pernambuco, Brazil

Samuel de Sabóia is a multimedia artist who works with contemporary art, music, and image direction. Despite his young age, he has become well known for his large-scale mixed-media mixed-media paintings addressing existential dichotomies such as life and death, pain and pleasure, and virtue and vice. The artist’s vibrant, energetic paintings also relay fragments of his own personal narrative as he explores themes including sexuality, migration, and displacement. The interconnected layers found throughout Saboia’s work mimic the complex intersections which permeate and shape our society today.

His work as been shown at Paura, Era Gallery, Milan, Italy through Constellation of Certainties, NumeroVenti Residency, Florence, Italy (2023), The Ancestral Hope of Becoming a Constellation instead of a Supernova, 180 Studios, London, UK (2022), Under my Skin, collaborative show at Galeria Campeche, Mexico City, Mexico (2022), Incubation: A Spell To Wake You Up, 3537, Paris, France (2021), A Bird Called Innocence, Kunsthalle Zurich, Zurich, Switzerland (2020), L’Odysee d’un Enfant Noir, Art Basel Miami Beach, Miami Beach, USA (2019), UnAmerican Beauty, Ghost Gallery, Los Angeles, USA (2019), Deus em Mim, FAMA – Fundação Marcos Amaro, São Paulo, Brazil (2019) and Guardiões, Galeria EmmaThomas, São Paulo, Brazil (2019). Samuel has collaborated with Comme des Garçons, Perfect Magazine, Calvin Klein, British Vogue, among others. His work is part of some public and private collections such as Fundação Padre Anchieta (Private Entity), São Paulo, Brasil, FAMA - Fundação Marcos Amaro, São Paulo, Brasil, 3537 / Dover Street Market, Paris, France, Pierce & Hill Harper Art Foundation, Michigan, USA, Kent Kelly Collection, Atlanta, USA 2022 Proyecto Publico Prim, CDMX, Mexico and Coleção Setúbal.

Rafaela Kennedy, 1994, Amazonas, Brasil.

Rafaela Kennedy atualmente dedica-se à fotografia, desnaturalizando a não-presença de travestis e pessoas trans, criando conexões entre corpo e natureza, buscando de forma sensível construir memórias de vida, valorizando belezas singulares dentro dos seus retratos. A retomada de sua ancestralidade indígena e a construção de sua identidade travesti é parte do seu processo de pesquisa, tendo fé que a encantaria permanece dentro dos corpos não-normativos, que são nas brechas que se constrói vida em abundância e é onde firma suas obras, suas magias, emanando vibrações que causam aproximação e reconhecimento, ao mesmo tempo que rompe com as éticas e moralidades enraizadas no Brasil.

Labô Young, 1995, Pará, Brasil.

Labô Young vive em Icoaraci, distrito de Belém do Pará, na Amazônia Brasileira. É um artista visual e estilista. Seu trabalho aborda o poder da cultura amazônica e a importância de transmitir conhecimentos ancestrais em sua família, o que se reflete nas técnicas que utiliza para criar suas obras. Trabalha com plantas, palha e sementes de árvores, dando novos significados aos materiais e transformando-os em roupas e acessórios. O trabalho de Labo Young já foi comissionado e apresentado em diversas publicações internacionais de renome como Dazed&Confused, Double Magazine e Le Monde.

Rafaela Kennedy, 1994, Amazonas, Brasil.

Rafaela Kennedy is currently dedicated to photography, denaturalizing the non-presence of travesti and trans people, creating connections between body and nature, sensitively seeking to build life memories, valuing unique beauties within her portraits. The resumption of her indigenous ancestry and the construction of her travesti identity is part of her research process, having faith that the enchantment remains within non-normative bodies, which are in the gaps where abundant life is built and where her works are established, its magic, emanating vibrations that cause approximation and recognition, at the same time that it breaks with the ethics and moralities rooted in Brazil.

Labô Young, 1995, Pará, Brazil.

Labô Young lives in Icoaraci, a district of Belém do Pará, in the Brazilian Amazon. He is a visual artist and fashion designer. His work addresses the power of Amazonian culture and the importance of transmitting ancestral knowledge within his family, which is reflected in the techniques he uses to create his pieces. He works with plants, straw, and tree seeds, giving new meanings to materials and transforming them into clothing and accessories. Labo Young’s work has been commissioned and featured in various renowned international publications such as Dazed&Confused, Double Magazine, and Le Monde.

Mariana Rocha, 1988, Rio de Janeiro, Brasil.

Mariana Rocha é artista visual e professora que vive e trabalha em Niterói, Rio de Janeiro. Graduada em Artes Visuais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestra em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da mesma instituição, Mariana tem uma prática artística que aborda questões relacionadas ao corpo, à memória e ao feminino.

A artista explora suas emoções e sentimentos através da metáfora de mergulhar em águas salgadas, se inspirando em moluscos marinhos para criar suas pinturas e desenhos. Sua prática se encontra em interseções entre o desenho e a pintura, a performance e a fotografia. Seu trabalho ja foi exibido em diversas galerias e instituições, assim como Enxergar na água escura, HOA Galeria, São Paulo, Brasil. (2023), Para investigar o mar precisei atravessar a pele, HOA Galeria, São Paulo, Brasil. (2021), Matéria–Corpo, Cássia Bomeny, Rio de Janeiro, Brasil. (2023), Dos Brasis — Arte e pensamento negro, SESC Belenzinho, São Paulo, Brasil. (2023), Possible Agreements, curadoria Thiago de Paula Souza Mendes Wood DM, Bruxelas, Bélgica. (2021), entre outros.

Mariana Rocha, 1988, Rio de Janeiro, Brasil.

Mariana Rocha is a visual artist and teacher who lives and works in Niterói, Rio de Janeiro. Graduated in Visual Arts from the State University of Rio de Janeiro and master's degree in Visual Arts from the Postgraduate Program in Arts of the same institution, Mariana has an artistic practice that addresses issues related to the body, memory, and the feminine.

The artist explores her emotions and feelings through the metaphor of diving into saltwater, drawing inspiration from marine mollusks to create her paintings and drawings. Her practice intersects drawing and painting, performance, and photography. Her work has been exhibited in various galleries and institutions, such as "Seeing in Dark Water," HOA Gallery, São Paulo, Brazil (2023), "To Investigate the Sea I Needed to Cross the Skin," HOA Gallery, São Paulo, Brazil (2021), "Matter-Body," Cássia Bomeny, Rio de Janeiro, Brazil (2023), "From Brazil - Art and Black Thought," SESC Belenzinho, São Paulo, Brazil (2023), "Possible Agreements," curated by Thiago de Paula Souza Mendes Wood DM, Brussels, Belgium (2021), among others.